segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O esvaziamento das ideias


Sempre é um prazer estar aqui escrevendo no blog. Confesso que tem sido muito difícil estar presente sempre, por conta do cansaço do dia, da pseudo falta de criatividade e por colocar outras coisas como prioridade que não esta adorável página que me acompanha há quase dez anos.

Mas vez por outra venho aqui, não com um texto qualquer só para dizer que estou escrevendo e sim como uma ideia, com uma opinião, com algo que faça as pessoas refletirem, assim como eu reflito enquanto escrevo essas palavras.

Tenho observado muito as redes sociais. Como jornalista, é praticamente inevitável, porque meu trabalho e também minhas atividades voluntários as envolve profundamente. Mas é incrível perceber como as redes sociais mexem com a gente, mexem com nossos pensamentos e ideias.

Logo quando comecei este blog, em dezembro de 2007, o gênero weblog estava no auge. Inclusive, vários deles tinham o privilégio de ter mais leitores do que os sites oficiais de veículos de imprensa. Nessa época, até mais ou menos 2010, vários amigos e conhecidos tinham blog. Pode observar do lado direito: vários links, alguns com anos de desatualização, outros na ativa, outros ainda mudaram de página... Era um momento incrível de profusão de ideias. 

Havia textos muito bons, muito mesmo. Inclusive a gente meio que citava uns aos outros. O compartilhamento era via Twitter e era muito legal essa interação, novas ideias surgindo, muito empolgação na escrita. Parecia ser um terreno fértil para algo muito bom. 

Mas, em 2011, o Facebook tomou conta do país. E a plataforma foi mudando durante o processo, Nessa mudança, pode observar: pouca coisa criada e muita, muita coisa compartilhada. Temos ilhas de pensamento cercadas de compartilhamento por todos os lados. Até mesmo quando a gente quer comentar sobre algo, o fazemos com base de textões interessantes que fazemos questão de replicar, ganhando muitas curtidas e compartilhamentos, mesmo que o conteúdo seja do outro.

Vejo cada vez mais páginas como Incrível, Perfeito etc, com vídeos com mensagens inspiradoras, dicas estilo autoajuda e também de cuidados com a casa, moda etc. Vejo gente compartilhando notícias, vídeos, fotos suas, mas pouco conteúdo autoral. Até mesmo os escritores que conheço estão cobertos debaixo de outras postagens. Onde estão?, eu me pergunto. Enquanto eu escrevo isso também me pergunto se eu não poderia ser uma agente para que essas ideias voltassem a circular através do meu blog...

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Cada um é diferente





Leia o texto acima. Leu? Então, foi ele que motivou este post. Li isso recentemente na timeline de um amigo no Facebook. E curti. E parei pra pensar: Não é que é isso mesmo? Cada um tem seu ritmo. e só depois de um certo tempo você percebe isso. Conheço pessoas que entraram na faculdade com 17 anos. Conheço gente que entrou com bem mais que 30. Conheço gente que casou com menos de 20 anos e conheço também quem casou com mais de 40. Alguns jovens viajaram pro exterior  e estão com o passaporte lotado de carimbos. Outros nunca viajaram de avião. E, se eu continuar, certamente relatarei mais exemplos que mostram o quanto as pessoas são diferentes e vivem diferentes experiências. Mas onde quero chegar?

Quero dizer que a sua experiência não será igual a minha. E não há nada errado nisso. Mesmo nascendo na mesma família e tendo as mesmas condições, não significa que as trajetórias serão idênticas. Um exemplo bem próximo sou eu e minha irmã. Vivemos sobre a mesma casa, mas também por conta da nossa diferença de idade, ela teve acesso a algumas coisas que eu não tive. Porém, também tive acesso a outras coisas que ela não teve. Isso não faz nenhuma das duas melhor do que a outra, apenas diferente. 

O problema é que nós temos a mania tola de querer nos comparar com os outros. Confesso, sofri muito com isso. Houve uma época na igreja que me senti excluída por ser a única de um determinado grupo de amigos que não estava namorando. Só que isso não faz sentido. Depois entendi que não precisava estar na mesma fase que todo mundo, sabe? Que ainda não era o momento e que amigos de verdade não se importam com essas coisas. E a mesma coisa em relação a casamento. Por que as pessoas insistem em colocar tantas expectativas em nós? Por que às vezes elas parecem querer colocar cordinhas na gente para controlar o que fazemos? Mas sobre relacionamentos, a gente tem que se costumar: quando solteira, perguntam porque não tá namorando. Namorando, perguntam do noivado. Noiva, perguntam do casamento. Casada, pergunta dos filhos. E por aí vai. A ideia é não se deixar levar pela pressão alheia para não pirar. Sério.

Por outro lado, essa questão do tempo não deve ser uma desculpa para estacionar na vida, sabe? Se você tem sonhos, planos, objetivos, corra atrás. Se você para de se preocupar e/ou invejar os outros e se concentra na sua melhora pessoal, sua vida avança. Não fique esperando as coisas caírem do céu. Aprendi certa vez que Deus só intervém de forma sobrenatural naquilo que não podemos fazer. Então, mãos à obra!

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Em busca de mim

Olá, como é bom voltar a escrever! Como tem sido difícil voltar a escrever! A correria do dia-a-dia me impede de me organizar para voltar a escrever aqui. Sim, porque o motivo não é "não tenho tempo" e sim "não consigo me organizar para ter tempo de escrever". Então, só de em quando tenho vindo aqui para colocar algumas ideias. Aliás, nem sempre tenho tido ideias para escrever no blog. Não é por nada não, mas com o tempo a gente fica meio exigente com o que escreve, sabe? Outro dia fui ler postagens antigas e ri das coisas que eu escrevia... era espontânea, mas ao mesmo tempo faltava-me um pouco de sabedoria para acabar não falando digo escrevendo mais do que devia... mas enfim...

Tava pensando com meus botões... como a gente passa uma boa parte da vida pensando "Quem sou eu?". A busca por identidade é algo muito forte em nós. Observe as crianças: sempre imitando os adultos ou outras crianças. Outro dia eu vi um vídeo que ri muito: um garotinho, um bebê, imitando igualzinho as cenas do filme Rocky que estavam passando na TV. Muito fofo e ao mesmo tempo incrível! Na adolescência, na maioria das vezes, a gente quer ser aceito e fazer parte da turma. É tão ruim ser rejeitado... É tão ficar isolado... Aí chega a juventude e, às vezes, essa necessidade de fazer parte do grupo passa, às vezes continua. 

Mas quem de fato sou? Será que preciso da aprovação dos outros? Não me disseram tão claramente quando eu era mais nova. Se eu pudesse voltar alguns anos no tempo, certamente iria dar uns conselhos para o meu eu mais jovem. Por que nem sempre temos um mentor que possa nos auxiliar? Dizer para aquela garota que ela é única e não precisa ter/ser igual a outras meninas para ser aceita. Acho que o caminho fica muito mais fácil quando a gente crê em Deus e sabe que Ele nos ama.

A gente passa uma boa parte da vida tentando descobrir quem a gente é. E erra, faz besteira, paga mico, muda algumas coisas, acerta outras, ajeita outras ainda. E vai vivendo, seguindo, caminhando. O que era tão tão importante agora já não é tão tão assim. O importante é seguir isso aqui: "De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem.Eclesiastes 12:13.

Isso é tão libertador! Principalmente para alguém que sempre dependia da aprovação dos outros. É como se tirasse um peso das costas, sabe? Esse negócio de agradar a todo mundo não dá certo não. É que nem o lance de dizer sim pra tudo: uma hora você se dá muito, muito mal. E isso é bem mais rápido do que a gente imagina. Afinal, o tempo passa, e às vezes uma pessoa tão próxima que você considerava amigo pode se tornar bastante distante. E não é culpa dele, nem nada. É a rotina mesmo, as escolhas, as coisas que fazemos e quando simplesmente percebemos que aquela amizade não era tão amizade assim. Normal. Só não pode fazer isso com tudo, porque tem gente muito especial aí.

Sim, ainda estou em busca de mim. Em busca de me conhecer mais, mas faço isso na medida que conheço mais a Deus. Afinal, é Ele quem diz quem sou e para onde vou. E vou seguindo, dando a mão a outras pessoas, mas sem querer acorrentá-las a mim, deixando-as livres para decidir de se elas querem continuar ou não. Afinal, tem gente que só vai ficar um tantinho na nossa vida e depois vai precisar partir por algum motivo. Não é um momento "Desapega, desapega", mas sim um momento de colocar o coração no que é eterno. E ficar em paz.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

E o amor de muitos....

Olá, caro(a) leitor(a). Você ainda está aqui? Você ainda navega por esta página? Puxa, hoje, ao entrar neste blog, tive que remover algumas teias de aranha e espanar bastante poeira. Há quanto tempo que não digito e deixo as minhas impressões do mundo aqui. E fico a pensar sobre isso. Se é o tempo que dedico a outras atividades que me faz deixar de lado algo que gosto tanto como escrever. Ou se me bateu de repente o receio de encarar o blog não como um diário pessoal, mas como algo sério. Afinal de contas não tenho mais a idade que eu tinha quando o criei. Ano que vem vão fazer dez anos que postei a primeira mensagem. Por quantas coisas que passei e o quanto de mim deixei nesse espaço perdido na internet.

Mas agora penso em voltar. Sim, penso e não é de hoje. Sem deixar que o receio me impeça. Ou a falsa falta de tempo. Ou as distrações. Mas sim deixar que minha mente crie textos que possam colorir novamente esse blog. Falar um pouco de mim e da minha visão de mundo. Por isso tomei coragem e aqui estou.

Sem mais delongas, vou para o tema da vez. O título remete a uma passagem bíblica e a continuação dele é "se esfriará". Você já observou como andam as pessoas? Observe atentamente. Nunca se teve tanto acesso à informação e nunca estivemos tão conectados com pessoas do outro lado do mundo. Mas nunca estivemos tão distantes uns dos outros. Chega a ser estranho. Vou tentar te explicar no próximo parágrafo, tá?

Antigamente as pessoas se cumprimentavam mais. "Bom dia, boa tarde, boa noite". Por conta da violência urbana, dentre outros motivos, isso ficou bem mais difícil de acontecer. A gente sai meio desconfiado de qualquer um e, às vezes, de todo mundo. Ficamos sempre alertas, com medo de sermos surpreendidos por alguém que, além de tomar nossos pertences, pode tirar a nossa vida. Mas vindo para a realidade das pessoas próximas, observe como ficamos mais distantes também. Observe como a "falta de tempo" tem nos afastado dos amigos. Como o uso constante do celular nos deixa num perto-longe da nossa família. Como nossas conversas deixaram de ser em prol do interesse do outro e muitas vezes só servem para cumprir tabela.

Sabe o que estragou mais ainda as coisas? Um ponto para quem respondeu "redes sociais". Parece que a timeline do Facebook virou um mural para que pessoas joguem tomates podres e destilem seu ódio. Se você posta fotos felizes, especialmente em viagens, você está ostentando. Se você posta frases de efeito, sempre aparece alguém para criticar. Se você posta sua opinião, aparece um de lá para - ao invés de inteligentemente argumentar que não concorda, simplesmente procurar te desmoralizar com palavras torpes, sabe-se lá com que objetivo. Se você não posta nada, ficam com raiva também, acham que você é um stalker e blá blá. As pessoas nunca estão satisfeitas, então desista de tentar agradá-las.

Tudo isso me incomoda. Mas antes de sair por aí criticando os outros, faço uma autoavaliação. Como tenho tratado as outras pessoas? Será que tenho demonstrado o amor de Deus em minhas atitudes ou tenho sido egoísta? O nosso amor tem se esfriado porque não temos nos alimentado da Palavra Daquele que é definição do amor. Será que esse blog está me chamado para compartilhar sobre o amor? Mais do que isso: que eu demonstre amor por meio das minhas palavras e ações, até mesmo com aqueles que "me perseguem". 

Engraçado que quando eu era mais nova eu tinha um mito de que eu não deveria ter inimigos ou, explicando melhor, todo mundo deveria gostar de mim. Oh.... depois de N decepções que surgem até hoje, descobri que isso é bobagem. A gente sempre tá se preocupando com o que os outros pensam e tal. Mas a verdade é que, diante de Deus, somos todos criaturas perdidas, umas já encontradas pelo Senhor, outras ainda não, mas cheias de defeitos, de traumas, de dores, de lutas. Viver é um desafio. Mas viver sem amor de nada vale. Eu aprendi que você não precisa ter afinidade nem conviver o tempo todo para amar. Significa que você vai querer o bem do outro e promover o bem que estiver ao seu alcance quando necessário. Seria muito mais fácil se fosse assim, né?

Só espero que a próxima postagem não seja em dezembro.



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O mundo não tá chato, não!

Sinceramente, estou na dúvida se o Conar se tornou mais poderoso, se ele tem ganhado mais divulgação ou se as pessoas estão reclamando mais de várias propagandas. O que sei é que, de uns tempos pra cá, é grande a quantidade de anúncios que têm sido censurados pelo público.

O caso mais recente - e mais divulgado agora - é o do Banco Itaú, cujo anúncio tem a palavra digitau (sic). Poderia ser uma sacada de mestre se o "itau" de "digitau" estivesse em cor diferente ou com alguma coisa que o diferenciasse, para mostrar que o neologismo era uma referência ao fato de o Itaú estar mais presente no ambiente digital. Ao contrário, a propaganda não faz essa diferenciação e ainda aparecem crianças no comercial, cantando que "é digitau com u", reforçando para outras crianças a ideia de que o jeito certo de escrever é daquele forma.

Em bom baianês, alguns pais caíram matando em cima do comercial. O Conar foi acionado e, desde então, quem é da área de Comunicação e está antenado em sites relacionados tem visto muito se falar sobre esse assunto.

Eu, como comunicadora, resolvi compartilhar no meu perfil pessoal do Facebook. Muitas curtidas e alguns comentários, sendo que o de duas pessoas me chamaram a atenção por proporem o mesmo raciocínio: a intencionalidade do erro. 

Antigamente, ou melhor, há uns 10, 15, 20 anos atrás, era mais difícil para os comunicadores terem uma noção do público. Cartas dos leitores, pesquisas de opinião, telefonemas, mas os métodos de avaliação da recepção não eram muito práticos. A internet trouxe as redes sociais e o negócio é praticamente instantâneo: postou, já tem curtida e comentário segundos depois. 

Sabe a frase "fale mal, mas fale de mim"? Acho que o pessoal da Publicidade tem levado isso ao pé da letra: a gente vê umas propagandas que são aberrações, de tanto mau gosto que tem e outras que geram tanta polêmica que você não acredita que alguém teve coragem de criar e divulgar aquilo. A questão é que meus colegas comunicadores dessa área gostam do burburinho. Gostam de ver a marca que eles divulgam na boca do povo, ainda que seja à base de vários xingamentos.

O que eu acho? Com toda a sinceridade, acho ridículo que as marcas queiram se aparecer - olha o baianês de novo - dessa forma grotesca só para se tornarem mais visíveis. Sinto falta de propagandas inteligentes, que me façam refletir, que me ensinem lições do dia-a-dia e não de algumas baboseiras que tenho visto. O grande desafio da Publicidade é comunicar de forma clara e concisa, sem ser muito simplório nem vulgar. 

Eu gostava muito de ver um programa que passava no Multishow chamado Na Hora do Intervalo. Eles mostravam propagandas de vários países do mundo. Algumas eram bestinhas, mas tinha outras que eu viajava, achando o máximo a construção de algo legal e que comunicava a mensagem de forma eficaz.

Pegando um gancho do título, agora falo de outro aspecto. Para a galera que criou a propaganda que marca o retorno dos limões à Pepsi, o mundo tá chato. Mas será mesmo? O anúncio é uma crítica ao politicamente correto, ao fato de que, a depender do que você fale ou escreva, uma legião de pessoas irá te confrontar e até tomar medidas legais.

Vamos falar sobre racismo. O que dizer dos negros no Brasil? Um grupo historicamente escravizado, marginalizado, ridicularizado e que, até hoje, sofre com esse terrível legado?! O mundo não está chato se alguém reclama de racismo. Afinal de contas, graças a Deus, hoje as pessoas têm voz para gritar contra as opressões. E tem que falar, tem que mostrar sua voz. Tem que ter cotas, porque quem nasce e vive na periferia não teve as mesmas oportunidades de quem é classe A. 

Falando nisso, a mais nova polêmica é a respeito da Reserva, a grife de Luciano Huck. Colocaram manequins de cabeça para baixo para mostrar que se trata de uma liquidação. O burburinho se deu porque os manequins são da cor preta. Racismo? Talvez não. Repercutiu negativamente - assim como a camisa "Somos Todos Macacos" ou a blusa infantil "Vem ni mim que tô facim" - vários comentários falando mal nas redes sociais e outros achando que era exagero, que o mundo tá chato, que agora tudo é racismo, e blá blá blá...

Talvez não tenha tido essa intenção, mas, sinceramente, acho que já passa da hora de os comunicadores - não apenas os da Publicidade, mas os de todas as áreas - refletirem sobre seus papéis sociais. Analisarem todas as implicações de uma comunicação, buscarem a ética, o respeito ao próximo. Usarem a inteligência, contribuírem de alguma forma com a educação. Afinal de contas, em uma país com tantos analfabetos reais e funcionais, escrever "digitau" significa mais do que apenas um trocadilho.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Um post reflexivo

Olá, leitor(a) deste blog! Quer dizer, será que tem alguém ainda aí? rsrs Faz tanto tempo que não passo por aqui e até tive que tirar um pouco das teias de aranha e da poeira que pairavam sobre ele rs. Até mesmo o último aniversário do blog - 27 de dezembro de 2015 - não foi lembrado, uma pena. São oito anos! Oito anos que comecei a arte de escrever e publicar aqui neste espaço. De lá para cá, muita coisa aconteceu na minha vida. Passei por várias fases interessantes e complicadas. E isso ficou bem claro nas postagens (ou não). Ultimamente não tenho postado muito. Percebi que os blogs parceiros aí do lado direito também carecem de atualização. Meu Twitter é outro que anda paradão. Será que migramos todos para Facebook e WhatsApp. Parece que sim!

Bem, falando sobre essa migração, isso é mais do que certo. E preocupante. Afinal, num blog, você tinha a oportunidade de escrever seus pensamentos e ideias e publicar, compartilhando algum tipo de conhecimento. No microblog Twitter, são apenas 140 caracteres (talvez mude logo logo) e vinham frases geniais. 

No Facebook, fotos e mais fotos de momentos felizes. Compartilhamentos de imagens e textos sobre o mais variados assuntos. Mas sinto falta de coisas autorais, sabe? As pessoas parecem que desaprenderam a pensar, a gerar uma ideia e a divulgá-la. Muito mais fácil pegar a ideia de outra e compartilhar como se fosse algo genial. Mas enfim... não que seja proibido compartilhar coisas, mas acho que a gente deveria compartilhar alguma informação junto demonstrando o porquê do interesse disso ou tal. Mas tudo bem.

No WhatsApp são grupos e mais grupos. Muitas vezes é divertido, outras vezes fica cansativo. A gente meio que fica cansado das coisas, né? E com muita facilidade. Depois da popularização, os hipsters vão logo descobrindo outra rede social para entrarem e se sentirem especiais por serem os únicos a estarem ali. 

Sabe um dos meus passatempos? Quer dizer, não chega a ser um passatempo, mas sim um local onde eu posso estudar um pouco o comportamento das pessoas: comentários de notícias nas redes sociais. É incrível como as pessoas podem mostrar o melhor ou pior delas. A gente fica na dúvida se sempre existiram pessoas com pensamentos horrorosos ou se elas aproveitam a internet para criar um personagem mau. Ou as duas coisas. Ou sei lá. 

Vivemos tempos selvagens nas redes. Tempos de exibicionismo e críticas gritantemente exacerbados. Mas que não falte o carinho, a sinceridade amorosa, o abraço apertado e a conversa face-a-face. Que o olho no olho, o sorriso... que não falte o contato e o amor.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Sobre chegadas e partidas

"Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai querer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar"

Sei que tenho demorado mais do que deveria para escrever no blog, mas quando o faço gosto de caprichar. Desde a semana passada que estou pensando sobre isso. O post só foi consequência de tudo aquilo que estava na minha mente iria explodir se eu não compartilhasse em algum lugar, no papel ou na tela mesmo. Assim o faço.

Fazendo uma avaliação, percebo o quanto despedidas são difíceis para mim. Afinal de contas, sempre fui de me apegar. Fiz do maternal à quarta série em uma escola e só saí porque não tinha os anos seguintes lá. Foi muito complicado, mas como todo mundo da turma estava nesse processo, foi mais fácil encarar em conjunto. 

Aí fiz a quinta até a oitava série em outra escola (na época era essa nomenclatura, tá?). Só saí porque a qualidade da escola estava muito ruim. Vários colegas também passaram por isso então, ok. Ensino Médio a mesma coisa. Três anos no mesmo colégio. Então veio a despedida. Lembro que fiquei um mês (ou talvez um pouco mais) muito triste com o término do colégio, porque gostava demais da escola, das amigas que fiz, dos professores, enfim, de tudo. O quadro se agravou porque demorei de entrar na faculdade por conta de uma greve.

A saída da faculdade foi menos traumática, porque quando a gente está um pouco mais velho, começa a amadurecer mais para isso. Despedidas de estágios que eu gostava foram complicadas, mas passam. No trabalho, vi gente chegando e saindo. Difícil quando eu já estava acostumada com a pessoa e ela, por algum motivo, ia embora. Mas vida que segue.

Os amigos de outros lugares, como a igreja, também. Mas o que eu quero dizer com isso tudo? Quero dizer que eu precisei entender que isso acontece. Pessoas vêm e vão. Tem gente que chega pra alegrar nosso dia-a-dia, para fazer daquele momento muito especial. É tão fácil acolher essas pessoas assim como é tão difícil dizer adeus. 

Tem gente que chega cativante, mas por um motivo ou outro, pisa na bola. É hora de praticar o perdão. Tem gente que vai continuar sendo seu amigo. Já outros vão embora. Tem gente que tá com a gente só por algum interesse egoísta (não, não é repetição, todo mundo fica ao lado de alguém por algum interesse e nem sempre é sinônimo de algo ruim). Decepções são dolorosas, mas nos ajudam a crescer. Nos ajudam a perdoar, nos ajudar a não ser ingênuos demais, nãos ajudam a não fazer igual.

Tem gente que chega para atrapalhar mesmo. Como uma pedra no sapato. Como um vilão. Como alguém que está sempre pisando no nosso calo. Mas até esses merecem misericórdia. Porque uma pessoa que maquina o mal para outra é digna de pena. É muito triste ver pessoas que, ao invés de produzir algo de bom para si e para o mundo, quer pisar nos outros como forma de escalar degraus. Enfim, não quero me deter mais nisso.

O que é importa mesmo é: o que você faz com os relacionamentos que Deus te dá? Tem gente que vai passar um tempo muito curto com você. Que tal deixar uma marca positiva? Prepare-se: talvez esteja perto de dizer adeus.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O futuro é agora! (?)

Aproveitei o frisson do dia de hoje, 21 de outubro de 2015, dia em que, na ficção, Marty McFly viaja até o então futuro (ele é de 1985) para voltar a escrever neste blog, muita falta de vergonha deixar de escrever. A série de filmes De volta para o futuro é um sucesso até hoje e, se eu ver passando na TV, assisto quantas vezes puder porque eu gosto demais.

Bem e vou falar sabe de quê? De futuro! Isso mesmo! Porque 2015 é futuro para mim mesmo, aliás viver a década de 2010 tem sido surpreendente (falando aqui uma garota que nasceu em meados da década de 80 e que curte muitos filmes sci-fi).

Alguns dias atrás, uma modinha animava as redes sociais, modinha antiga diga-se de passagem: colocar uma foto de infância no perfil do Facebook. Fiquei vendo (e rindo) de várias fotos de amigos e conhecidos; alguns não mudaram nada, outros parecem que sofreram uma ultra transformação com o passar do tempo. Outros nos fazem entender porque seus filhos têm aquela aparência: parecem gêmeos pais/mães e filhos/filhas.

Mas o motivo de eu lembrar disso é o seguinte: vi uma frase, não me lembro quem foi que postou/escreveu, que perguntava se a criança daquela época se orgulharia do adulto de hoje. Isso mexeu tanto com a cabeça que parei pra analisar: será que aquela menininha, a minimim de outrora estaria feliz com a pessoa que me tornei? Algo a se pensar...

Infelizmente, eu não tenho da protagonista de Being Erica para voltar no passado e mudar algumas coisas que considero ruins na minha trajetória, assim como Marty McFly usou o DeLorean e mudou a história de sua família. Mas, encaro o que passou como lições preciosas, aprendizado e coisas que definitivamente não devo repetir.

Mas e o futuro? Onde quero estar daqui a cinco, dez, vinte anos? Mais uma coisa a se pensar. E agir, Afinal de contas, a gente planta hoje para colher amanhã. Isso é bem bíblico e real. Que façamos ótimas escolhas.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Fígado Acebolado



Hoje eu fui almoçar no restaurante no qual sempre almoço quando estou trabalhando. Aí, dentre as outras opções do menu, me deparei com o fígado acebolado, comida que não curtia muito quando era criança, mas hoje em dia gosto. Gosto tanto que coloquei no prato. Mas aí lembrei de uma coisinha...

Meus contemporâneos devem lembrar do desenho animado Doug, que passou na TV Cultura e no SBT pelos idos dos anos 1990-2000. Pois bem. Tem um episódio em que Doug é convidado para almoçar (ou jantar? não lembro bem) na casa de Patty Maionese (sua colega de escola e grande paixão platônica). Mas não me lembro bem, ele fica com a ideia de que no almoço/jantar vai rolar fígado acebolado. E tem um problema bem grande: ELE ODEIA FÍGADO ACEBOLADO!

O episódio centra-se na tentativa de Doug em achar uma alternativa para isso: como ir ao almoço sem rejeitar o suposto prato principal que ele detesta. E ele chega ao ponto de experimentar o prato e gosta. Mas, no fim das contas, não rolou nenhum fígado, muito menos com cebola.

O grande lance da história foi o fato de Doug ter feito de tudo para mostrar à sua paixão algo que não era verdade, só para impressioná-la e conquistá-la. Da mesma maneira, na vida real, a gente faz tanta coisa para agradar os outros - desde aquele cara que você está super afim e acha o máximo até aquela turma aparentemente bacana da qual você quer fazer parte - você inventa mil coisas mirabolantes para mostrar aos outros algo que definitivamente você NÃO É.

Isso é muito claro na adolescência, quando a gente ainda está formando a nossa identidade e tem medo de ficar isolado no mundo - pelo menos a maioria das pessoas tem esse medo. Só que nesse processo, você passa a fazer coisas que não são de sua personalidade, acaba colocando uma espécie de máscara.

Não vou mentir: eu fiz muito isso quando era mais nova. A minha necessidade de pertencimento era muito grande e valia quase tudo para fazer parte da turma. Hoje, vejo que nada disso era necessário e que eu deveria ter me poupado mais. Mas, enfim, agora é tarde. Se eu pudesse voltava no tempo e daria umas dicas à minha versão mais nova. Certamente poderia funcionar. Ou não.

Enfim, o lance é que, quando se trata de conquistar alguém, o importante é ser você mesmo, naquilo de melhor que há em você, claro. Você não precisa tentar ser quem você não é. O cara certo cara que vai lutar para dar certo vai gostar de você exatamente do seu jeito. Quem não gosta é porque não é para estar com você. Acredite: paixões platônicas só servem para fazer a pessoa se diminuir e para colocar o outro num pedestal no qual muitas vezes não merece. Mas aí é outra história...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Mudando de percepção

Olá! Tô até com vergonha de começar a escrever, porque num post anterior eu disse que não ia abandonar o blog e olha eu aqui em fevereiro de 2015 - uns quatro meses depois da minha última postagem. Mas, enfim, eu voltei!

Antes de começar a tratar do tema deste post, eu gostaria de falar o motivo pelo meu afastamento. Bem, eu poderia dar vários motivos, como falta de tempo, priorização de outras atividades e tal, mas isso só seriam desculpas e não iriam refletir a grande verdade que é: eu me preocupo demais com o que eu publico!

Eu me sinto eternamente responsável por aquilo que publico, parafraseando Saint Exupéry. E sou mesmo. Antes, logo no início, eu tratava o meu blog apenas como um diário pessoal. Sim, eu tinha um diário na adolescência (até hoje os guardo, pra falar a real), mas aqui o negócio é bem diferente, porque pessoas que eu nunca imaginei que poderia conhecer têm acesso aos meus textos e pensamentos. Algumas pessoas que estão subscritas no meu blog, por exemplo, nunca vi e nunca conversei na vida.

Isso é bastante legal e, ao mesmo tempo, assustador, porque a gente tem que dosar bem o que escreve. Textos pessoais acabam mostrando demais quem você é e não quero me expor totalmente. Essa preocupação se explica pela idade: à medida que você vai... à medida que os anos passam (eu não me chamo de velha, tá? rsrs), você vai amadurecendo e passar a não cometer antigos erros - ou até comete, mas enfim, espera-se que o amadurecimento de leve à sensatez.

O mais legal é que esse senso de responsabilidade faz com que meu blog tenha utilidade pública. Isso porque, antes, ele servia para mim, até mesmo como um desabafo, das coisas que eu estava enfrentando naquele momento. Recentemente, e isso ocorre com alguma frequência, amigos me pedem para retomar o blog, dizendo que se identificam comigo e com minhas divagações. É bom ter esse lugar no mundo.

Pois bem, depois de cinco parágrafos, você deve estar pensando: quando é que ela finalmente vai entrar no tema do título, conforme prometeu lá em cima? Me desculpe, mas querendo ou não, já entrei. A minha mudança de percepção me fez pensar o modo como escrevo no meu blog.

Aliás, de todas as coisas que mudei nesses anos de vida - e olha que foram muitas, de certa forma - a maior que considero foi a minha mudança de percepção. De repente, me senti como se meus olhos estivessem abertos e eu enxergasse as pessoas de outra forma. O fato de eu ter lido um livro como O Corpo Fala me fez enxergar as ações e reações dos outros de forma diferente. Agora, lendo Aprendi com Jane Austen, o autor me leva a observar o quanto essa autora explora as nuances da vida através das personagens e fala sobre temas como "amadurecer" em Orgulho e Preconceito ou "aprender a aprender" em A Abadia de Northanger (que eu ainda não li, mas já vi a minissérie da BBC).

No fim das contas, o tempo não pode fazer nada por você, ao menos que você queira usá-lo a seu favor, para que busque a sabedoria. A minha mudança de percepção é ótima para eu saber como lidar com as pessoas, mas ela não pode me impedir de fazer aquilo que eu gosto de fazer e no qual posso ser útil para as outras pessoas: escrever. 

Só não vou voltar à experiência de escrever pelo celular, pois me foi enfadonha das vezes que eu o fiz. Mas escreveria no teclado e as minhas ideias rapidamente passaram pela tela. E, se eu quiser, posso apagar tudo e escrever novamente, já o fiz várias vezes. É assim que a gente vai transmitindo um pouco de nós.