quarta-feira, 20 de março de 2013

Quase um desabafo

“A igreja deveria ser um ajuntamento de pecadores redimidos, mas se torna, muitas vezes, um ajuntamento de fariseus.” (Isabelle Ludovico).

A frase que inicia este post foi lida por mim em um jornal evangélico. É uma afirmativa muito contundente e que me chama muito a atenção, pelo simples fato de ser a realidade. E vou muito mais além.

Longe de apontar o dedo em riste a alguém. Ao escrever estas linhas, faço uma autorreflexão e tento enxergar aquilo que precisa ser transformado em mim pelo poder do Espírito Santo. Mas o fato é que nossas igrejas têm se tornado, infelizmente, um clube social.

Opa! Outra frase muito contundente, não é? Mas é exatamente isso: na maioria das vezes, sinto-me como se, o tempo todo, tivesse que vender uma imagem às pessoas da igreja. É como se eu, de certa forma, tivesse disputando espaço, reconhecimento e atenção com outras pessoas.

Observe as pessoas que são mais bem tratadas no ambiente eclesiástico. Primeiro, aquelas que possuem cargos de liderança. No meu contexto, como jovem com seus vinte e alguns anos, vejo que um curso superior (estar cursando ou já ter se graduado) faz muita diferença. Se ter condições financeiras boas, moradia privilegiada e carro, melhor ainda! As moças solteiras vão se identificar com isto: estar namorando, noiva e casada dão um status maior, não acham?

Aí, você, leitor (a), que a esta altura ou está me aplaudindo por concordar com minhas palavras ou quer me apedrejar por achar uma baita ousadia expor um negócio desse, pergunta: Onde ela está querendo chegar? Vou ser objetiva em relação a isso: Veja a primeira frase que postei.

Uma das analogias mais felizes em relação à igreja é aquela que a compara com um hospital. E não se trata de tomar o ambiente médico no sentido físico e sim no espiritual, que é o mais importante. O problema é que o homem se preocupa tanto com a aparência que se esquece do resto.

“Tudo o que não é eterno é eternamente inútil”, disse C. S. Lewis. A alma é eterna e é dela que temos que cuidar, ou melhor, deixar que Deus cuide, usando o Espírito Santo que habita em nós para que, cada vez mais, possamos parecer com Cristo. 

Quanto ao restante das outras coisas, são bênçãos, são acréscimos, são até mesmo responsabilidades que Deus coloca em nossas vidas, mas elas não podem nem devem determinar o nosso valor.

4 comentários:

Jeferson Cardoso disse...

Oi Lidiane!
Pense na igreja como a sua academia da fé, olhe para Deus o autor da sua edificação. Toda igreja é formada por homens e não há como ser perfeita. [sorrio]
http://jefhcardoso.blogspot.com lhe convida e espera para ler e comentar “O Grande Circo Nonsenese – A Incrível Mulher da Boca Torta”. Abraço.

Lidiane Ferreira disse...

Com certeza, Jeferson! Obrigada por suas palavras. Realmente é preciso olhar para Cristo, autor e consumador da minha fé.
No entanto, quis deixar um alerta, pois o fato de não sermos perfeitos como igreja não significa que a gente não tenha a obrigação de caminhar rumo a sermos mais parecidos com Cristo e deixarmos a superficialidade de lado.
Vou dar uma olhada no seu blog. Abraço!

Rogério M. Fernandes disse...

Eu tenho uma visão mais abrangente se assim for o caso... Tendo em vista que a comunidade de Fé Cristã, se desdobra em 3 âmbitos:

A Administrativa- Onde as pessoas administram com o pastor a igreja, dando suporte ao mesmo para que ela funcione da melhor maneira possível.

A religiosa- Onde o Motivo do culto é o Senhor Jesus, onde independentemente do que fazemos ou exercemos na igreja buscamos, aumentar na nossa fé e nos preparar para a volta de Cristo.

A política- que é onde eu acho que ela se refere neste post, é justamente neste âmbito que a igreja perde suas características de religiosidade e se transforma em uma disputa por posições e cargos.

O ser humano é um ser social, além disso se destacar nessa sociedade e uma característica humana, que em algumas vezes pessoas extrapolam limites para estar em algum grupo de destaque ou busca de cargos e poderes na instituição política eclesiástica.

Isto é um ponto muito ruim, pois a partir daí, panelinhas, divisões e discriminações acontecem, onde se repressões ou desapontamentos acontecem, corremos o sério riso ce deperder almas para Deus ou almas que já eram do Senhor por conta dessa disputa social na igreja.

Fiquei surpreso em saber que para estar em um grupo social de destaque necessita-se de curso superior para frequentar, assim como para ser uma boa esposa ou marido precisa-se ter bens.

Acho que respeito dentro da igreja ganhamos com o conhecimento da palavras, seremos bons maridos e esposas se formos obedientes a palavra de Deus, e se assim Deus permitir se buscarmos o Reino de Deus e toda a sua justiça todas as coisas nos serão acrescentadas.


Rogério Fernandes,

http://jovenscristaosunderground.blogspot.com.br/

Lidiane Ferreira disse...

Olá, Rogério. Muito bom o seu comentário. Ele renderia um ótimo post, pois, como você mesmo disse, é uma visão mais abrangente. De fato, é sim. Eu não quis me aprofundar muito nas questões, pois foi um "quase desabafo".
Acredito que o caminho é buscarmos verdadeiramente a Deus e sermos cada vez mais parecidos com Cristo. Isto é uma caminhada e temo que estamos perdendo isso ao longo do tempo, em prol de parâmetros do mundo. Alivia-me saber que Deus não se importa com a aparência e sim com o coração! Abraço!