Estou fazendo uma monografia que trata de Dom Casmurro em uma adaptação para a TV. O interessante é que, no meio do texto, o qual li com bastante afinco para fazer as devidas correções, deparei-me com uma comparação intrigante que fiz: há semelhança entre Anne Eliot e Bento Santigo.
Bento Santiago |
Bentinho é influenciado por José Dias, assim como Anne Elliot tem interferência de Lady Russel. Ao contrário da heroína de Persuasão, obra de Jane Austen, Dom Casmurro não volta atrás e, diante da sua solidão, fruto de suas corrosivas suspeitas, torna-se um “homem calado e metido consigo” (ASSIS, 1994, p. 1).
Anne Elliot é uma jovem da qual já falei em outro post. Já Bento Santiago - ou Bentinho ou Dom Casmurro - é narrador-personagem de uma das obras mais lidas e apreciadas da Literatura Brasileira. Ambos são persuadidos por pessoas mais velhas, colocados como conselheiros, para repudiar as pessoas quem amam, respectivamente, Frederick Wenthwort e Capitu.
Lady Russel é a mulher que insiste que Frederick Wenthwort não é o homem ideal para Anne Elliot. José Dias adjetiva Capitu de olhos de cigana oblíqua e dissimulada, na tentativa de influenciar Bentinho. Oito anos e meio se passam e Anne reencontra seu amado e tem a oportunidade de reatar com ele e casar. Após o casamento e o filho, Bento começa a se inflamar de ciúmes, acreditando que sua esposa havia o traído com seu melhor amigo, Escobar.
Anne e Frederick reatam e têm um final feliz. Bento transforma-se em Dom Casmurro e é sufocado pelas suas suspeitas, tão trágico como a história de Otelo, Desdêmona e Iago - este último o conselheiro cruel. Mas eu falei sobre Anne, sobre Bento... aí você me pergunta: e sobre a nossa falta de opinião própria? Agora eu cheguei lá.
Vamos combinar: muita coisa que a gente fala e faz é para agradar os outros. Parece que somos atores e sempre queremos receber aplausos no final. Mas será que tem que ser assim mesmo? Será que nossa meta é essa? Acredito que não.
Não estou querendo dizer com isso que não devemos acatar conselhos. Existem excelentes conselheiros para a nossa vida, claro! E a gente deve ouvir e, em muitos casos, aceitar e agir conforme foi aconselhado. O problema é que temos também falsos conselheiros, aquelas pessoas que fingem ser nossos amigos, mas só querem nos manipular.
O que a gente precisa fazer é usar a cabeça sempre! Ouvir tudo, mas avaliar e reter o que é bom. É bom ter uma pessoa mais velha para nos direcionar, mas até que ponto essa pessoa tem conhecimento e maturidade suficiente para nos orientar? Sem contar que existem decisões que devemos tomar sem ajuda das pessoas ao nosso redor, são coisas super pessoais.
Eu tenho Deus no meu coração e Ele me ajuda a tomar todas as decisões que eu preciso tomar. Para algumas, ele usa pessoas para me orientar. Para outros, Ele mesmo quer falar ao meu coração e aí não preciso ouvir ninguém. Isso me dá uma paz, por saber que alguém que criou tudo, me criou, conhece presente, passado e futuro tem super vontade de me guiar e me orientar. Como não amar esse Deus, não é?
3 comentários:
Li e gostei mto, amiga! Não lembrava mto de Dom Casmurro, mas achei massa a comparação. É aflitivo assistir Persuasão, e Dom Casmurro nunca assisti essa versão do ator que você colocou a foto. Bem verdade o que falou sobre agradar os outros. Nosso maior conselheiro é o Espírito Santo, a palavra de Deus! Devemos mesmo ouvir, extrair o que as pessoas têm de útil para nos orientar, e lançar fora o que não vem de Deus! Bjoo
Li e gostei mto, amiga! Não lembrava mto de Dom Casmurro, mas achei massa a comparação. É aflitivo assistir Persuasão, e Dom Casmurro nunca assisti essa versão do ator que você colocou a foto. Bem verdade o que falou sobre agradar os outros. Nosso maior conselheiro é o Espírito Santo, a palavra de Deus! Devemos mesmo ouvir, extrair o que as pessoas têm de útil para nos orientar, e lançar fora o que não vem de Deus! Bjoo
Eu tb não vi essa série Dom Casmurro, mas como tava lendo trechos do livro, relembrei Bentinho e acabei associando-o a Anne. Verdade, é o Espírito Santo que nos guia. Beijão!
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