quinta-feira, 14 de abril de 2011

Uma noite alucinante

Esta história que vou lhes contar é realmente baseada em fatos reais. Parece coisa de filme de comédia ou daria uma boa história a ser retratada no falecido quadro do Fantástico, o Retrato Falado. Vamos lá:

Eu tenho vários amigos - graças a Deus! Mas tem um grupo de amigas que é bem interessante falar, pois a nossa amizade surgiu há quase dez anos atrás no colégio: Daniele, Jailma, Taline. Há outras também, como por exemplo, Vanessa e Waleska, mas apenas as três primeiras fazem parte da história que vou narrar. A gente se encontra com certa frequência e conversa como se as "resenhas" dos tempos de colégio ainda continuassem. É muito legal! Vimos a trajetória da escola, a entrada na universidade, formaturas e até casamento e é aí que nossa história começa.

Jailma anunciou seu casamento com Welder. Ficamos felizes, empolgadas e até surpresas por ver que o tempo realmente passou e não somos mais adolescentes e sim já mulheres recém-formadas e com a vida adulta pela frente. O casório: um dia de fevereiro, às 19h30, em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador. Eu, Tali e Dani moramos em Salvador. Mas não fica muito distante não. Apenas ficou naquele dia. Até porque iríamos de ônibus e não de carro, o que dificultou bastante as coisas.

Alianças meramente ilustrativas

Programei-me direitinho: pedi com bastante antecedência para sair mais cedo do trabalho e fiz meu roteiro: casa - trabalho - casa de Taline - Iguatemi - casa de Jailma. Mas, quem sabe fazer e cumprir com fidelidade seus planos é mesmo Deus. Nós até fazemos planos, mas normalmente há imprevistos. Comigo, pelo menos, deu tudo certo até então. Até a casa de Tali consegui cumprir à risca o que eu tinha acertado comigo mesma. Minha ida com Tali ao Iguatemi foi tranquila. Mas o encontro da gente com Dani que foi o problema...

Eu tinha pensado em irmos para Lauro, no máximo, umas 17h, para que a gente pudesse chegar e se arrumar, afinal, seria bizarro sairmos já arrumadas para o casamento em um ônibus, não acham? Pois bem. Eu e Tali esperamos Dani no Iguatemi. Esperamos, esperamos e esperamos. Ela apareceu apenas às 18h05 (bendito ônibus!!) e aí nossa luta foi correr contra o tempo para chegar o mais cedo possível. Mas...

Imagine pegar isso aí ida-e-volta. Salvador virou SP?

... O ônibus demorou um pouco, tanto de passar quanto de chegar ao destino. Ônibus cheio, ficamos em pé, no fundo. Conseguimos lugares depois de um certo tempo. Chuva lá fora e o relógio cumpria seu papel como sempre, mas, para mim, parecia que ele trabalhava muito mais rápido. "Acho que não vai dar tempo", eu pensava comigo mesma. Mas ainda sim nutria uma pontinha de esperança.

Em determinado ponto, já em Lauro de Freitas, o ônibus para. Chuva e há um rapaz querendo - desesperadamente - entrar no ônibus. A essa altura, o coletivo já estava bem mais vazio. Demorou uns segundos e a porta abriu. Ele entrou, pagou à cobradora (sim, são raras, mas existem) e sentou-se no banco mais na frente. Um rapaz aparentemente interessante, que certamente não fugiu dos nossos comentários e olhares.

Não, não pegamos este aí. Aliás, nunca peguei um desses...

Foram tantos olhares e comentários assim? Somos discretas, mas dessa vez a cobradora percebeu o que, ou melhor, quem chamava tanto a nossa atenção. Ela até chegou a dar umas dicas pra gente, rs. Ela não sabia que aquilo só era mais uma "resenha" das várias que tínhamos na escola.

Nossa dúvida era a respeito do ponto. Após a tentativa frustrada de emplacar a referência "ponto das kombis", conseguimos saber onde ficava e descemos no lugar certo, mas na hora errada. Chuva, chuva, chuva. Ruas alagadas. A casa de Jailma era até próxima para ir a pé, mas não a pé na chuva. Infelizmente, passamos em frente a um bar, em que ouvimos vários "psiu" e comentários ridículos. Péssimo. Nenhum táxi parou para nós.

Não sabíamos se ríamos ou chorávamos. Acho que ficamos no limiar dos dois. Eu, Tali e Dani estávamos sem saber o que fazer. Tentamos pegar táxis, sem sucesso. Esperamos a chuva passar, tristes, olhando desoladas para o relógio que já marcava 19h30, hora marcada para o casório. As horas escorriam rapidamente e a frustraçaão era grande e geral.

Cadê você quando eu preciso?

Depois de vários minutos - quase intermináveis - decidimos seguir a pé para a casa de Jai. Àquela altura, a chuva diminuía cada vez mais - graças a Deus! Enfim, chegamos. Batemos no portão. Chamamos. Batemos no portão. Duas, três, quatro. Telefonamos, mas não conseguimos contato com ninguém - afinal de contas, quem iria lembrar de ficar atendendo telefone a poucos minutos do seu próprio casamento? 

Mais tristeza, mais frustrações. Mas as meninas lembraram de algo muito importante: eu tenho uns tios que moram mais ou menos perto de onde a gente estava. E se ainda fosse pra casa deles, se arrumasse e depois fosse para o local ver Jai dizer "Sim"? Isso! O problema agora é como ir lá.

Essa questão de distância é complicada. De carro, tudo parece mais próximo. De pé, complica. Andamos um pouco e Dani reparou em um cara que ia entrando em um carro ali próximo. Ela vai até ele e pergunta onde a gente conseguiria um táxi por ali - táxi era coisa mais difícil naquele lugar, nunca vi! E logo quando a gente mais precisava! E logo fim de semana! Até tinha dinheiro, mas não tinha táxi! O cara respondeu, mas olhou com a gente e na certa viu estampado em nossos rostos aquela expressão de desolação. Aí ele pergunta para onde a gente quer ir. Eu falo o nome do condomínio dos meus tios e ele diz: "Eu levo vocês lá".


Momento tenso!

Crianças, não tentem isso em casa. Não entrem em um carro de desconhecido no meio da noite. Entrei orando ao Senhor que nada de mal acontecesse. A gente tava tão desesperada que só fizemos assim por conta do desespero - em situações normais nunca faríamos isso. Chegamos ao condomínio. Agradecemos bastante ao cara, que ainda comentou que nem ia para aquele lado, mas que foi por nossa causa. Bênção de Deus mesmo!

Falei com o rapaz da portaria. Ele disse que meu tio tinha acabado de sair (Ixe!), mas minha prima estava lá - eu nem sabia qual, porque esse meu tio tem quatro filhos rs. Ir lá foi um problema para mim. Não que eu tenha problemas com meus tios. É que não vou lá há anos. Encontrei meus tios há pouco tempo, no máximo dois anos, mas tempo é uma coisa que não tenho tido ultimamente, um dos motivos de eu não poder visitá-los. Mas aquela era a oportunidade! Chegaria como quem não quer nada e me ajeitaria com minhas amigas. Até que não fiquei tão sem graça e com vergonha como ficaria em outros tempos. Acho que fiquei bem mais cara-de-pau - Que bom! Ou não.

Encontrei a prima caçula - que é mais velha do que eu rsrs - e ela me recebeu super bem. Foi uma enorme surpresa para ela. Contei rapidamente a minha situação e a prontidão dela foi legal em nos ajudar. Estava me arrumando quando meu tio voltou. Ouvi a voz dele do quarto onde eu estava "Que Lidiane? Minha sobrinha?" kkkkk Acho que ele só acreditou quando me viu. 

Minha tia ficou bastante surpresa também. Fiquei pensando "Cara, eu sou ridiculamente cara-de-pau, só apareci porque precisei, ohhh", mas tive que parar de pensar nisso porque a gente tinha que decidir se ia ainda para o local da cerimônia ou para o espaço onde haveria a festa - afinal já eram mais de 20h, quase 21h - ou já eram 21h?. Chamamos um táxi, demoramos um pouco de ir - três garotas que demoram demais pra se arrumar, isso é fato!! - e fomos para o local da festa. Chegamos lá - graças a Deus - e fomos informados que o casório já tinha encerrado e que os convidados já estavam se dirigindo para a comemoração.

Entramos, sentamos, conhecemos duas amigas de Jai que, assim como nós, também não tinham conseguido ver o casório e encontramos ainda uma outra amiga da época do colégio, Aline. Muito legal! Então Jai e Welder chegam e nossa amiga faz a pergunta da forma que só ela sabe fazer "Isso são horas?".

O bolo do casório... lindo, né?

Jai era especialista em dar bronca na gente. Não porque ela não gostasse, mas ela sempre alertava para um bocado de coisas erradas que a gente fazia. Ela sempre foi bem dinâmica, desnibida e sempre correu atrás dos seus objetivos. Eu a admiro muito, com algumas ressalvas, porque, claro, ninguém é perfeito. Gosto demais dela! Amizade especial!

Ela estava linda. Parecia uma Barbie (brincamos). Eu quase chorei quando vi. Lembrei de uma foto nossa, com Dani, em que ela estava cheia de presilhinhas no cabelo. Tínhamos 16 anos. Naquele dia, Jai estava começando uma nova família. Mais uma etapa da vida, um novo - e grande passo. Só não chorei porque dificilmente choro. Sério. Eu choro pouco. Quando eu chorar demais é por três razões: ou estou de TPM, ou foi algo gravíssimo com alguém que amo, ou foi algo gravíssimo comigo. Naquele instante em que vi minha amiga, as lágrimas teimaram nos olhos, mas não caíram.

Ah, tiramos muitas fotos! Amamos fazer isso! A gente tava com saudade uma da outra e aproveitou nossos modelitos e a ocasião especial. Tirei algumas com o buquê - será que eu já estava treinando? - e até tentei imaginar meu casamento. Para mim, no momento, parece ser algo bem distante. Algumas pessoas ao redor fazem questão que eu me case logo. Mas ainda não encontrei a pessoa. Ou melhor, ele não me encontrou. Ou será que encontrei, mas não percebi? Melhor parar por aqui.

Até que essa edição ficou massa! (via Picnik)


A noite foi muito, muito alucinante! E muito divertida mesmo! Rimos à beça contando a Jailma e sua mãe tudo o que nós passamos. Foi muito legal estarmos ali, juntas. Como há quase dez anos atrás!

Talvez as coisas não tivessem saído como a gente gostaria - não mesmo -, porque a gente queria ver a cerimônia. Jai disse que a gente pode ver a filmagem - obrigada, Deus, pela tecnologia! - e ela ficou bem feliz de ver a gente lá, apesar do atraso. O legal é que tenho mais uma história bem diferente para contar para meus filhos e netos - nem sei se terei, mas tudo bem - e até para fazer um posto como este.


O quarteto! Ops! Quarteto com convidado especial rs

Esse episódio me ensinou algumas lições. Mas se eu for falar sobre cada uma delas, vai sair muito grande este post, maior do que já é e vai virar aquelas historinhas com moral, que não é objetivo no momento. Este post é para apenas celebrar, mais uma vez, a amizade!

5 comentários:

Unknown disse...

Adorei Lidi!
Acho que Taline ainda não aprendeu a lição...sábado tem o niver de Waleska e a história pode se repetir.kkkkkkkk

Lidiane Ferreira disse...

Oi, Vanessa!
Que bom que você leu e gostou ;)
Acredite: desta vez não foi Tali quem atrasou kkkkkk
Sério, não foi ela não. Mas das outras...
Beijo!

Anônimo disse...

lindaaa
ri pacas!

:P
me lembrei tambem de mim voce e Gama!!

rapz q saudade!!

Lidiane Ferreira disse...

Vivemos momentos marcantes, não foi, Mai? Maish (você), Lidish (eu) e Gamish (Morgana) rsrs

Compartilhamos muitas alegrias e tristezas. Nossa amizade é um presente de Deus e cumpriu seu propósito naquele período. Não sei se voltaremos a ter tanto contato como antes (a gente nunca sabe, só o Senhor), mas creio piamente que nos encontraremos na glória com o Pai.

Um dos momentos mais marcantes de nós três, para mim, foi o seu batismo. Foi um dos momentos mais lindos e emocionantes. Foi muito especial!

Deus te abençoe cada vez mais. Que você esteja a cada dia mais pertinho dEle.

Beijão!

Anônimo disse...

Meu Deus do ceu
eh verdade
meu batismo...
parece q faz tanto tempo
mas foi realmente um dia mto especial
um dia de vitoria pra mim
e vcs foram pecas fundamentais pra mim naquele momento!!!

aleluia!!

Amo vc lidi!