sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Parar pra reparar

Sinto como se tivesse muito a dizer. São muitas, muitas coisas que têm se passado pela minha mente. Caso eu quisesse colocar no papel, certamente resultaria em milhares e milhares de páginas. 

É como se cada coisa, mínima que fosse, tivesse algum significado. Diariamente, gosto de fazer um trajeto pela cidade passando pela orla. Amo ver o mar. Não costumo muito ir à praia, há meses que não vou, mas gosto de ficar olhando o mar. E olhar aquelas ondas que vêm e vão. E ficar divagando ao olhar. Gosto quando, pela manhã, os raios de sol brilham no mar. Gosto também de ver a praia à noite, quando vejo silhuetas a andar pela areia. 

Também observo as pessoas. Como uma vez, em que estava almoçando sozinha e, a poucos metros ao meu lado, vi dois homens conversando. Reparei em seus gestos, suas expressões... não estava interessada no que eles falavam; apenas como agiam. 

E reparo nas nuvens que passam no céu. Quando eu era pequena, imaginava que havia figuras desenhadas nelas. Eu e uma de minhas primas brincávamos de dizer qual o formato de cada nuvem. Mas agora só consigo ver aqueles algodões... Às vezes ficam escuros, sombrios... vai cair uma tempestade.

O fato de pensar em tanta coisa me faz querer ficar sem pensar nada. Mas é impossível. A mente humana tem um trabalho incessante. Até mesmo quando estou dormindo. Tenho meus sonhos. E queria lembrar de todos, mas só me lembro de alguns, e ainda assim bem vagamente.

Você olha para trás e vê um bocado de coisas que quer esquecer. Olha para frente e assusta-se com o desconhecido, com o que estar por vir. Há uma escolha a fazer. E, sinceramente, não dá pra ficar parada.

As ondas, elas remetem a pensamento. Lembro-me das aulas de Literatura e o fluxo de pensamento provocado por reticências. São como ondas... ... ... ... ... ... ... ...

Talvez eu queira sentir o calor de um raio de sol na minha pele. Talvez eu queira sentir a brisa que passa. Talvez eu queira ouvir o barulhinho do seu riso. Talvez eu quero fechar os olhos e imaginar que tudo vai ficar bem. Sim, tudo vai ficar bem, um dia desses.

O mais engraçado desse texto é que ele é sobre qualquer coisa. E então vou escrevendo sobre muita coisa mesmo. Afinal de contas, como eu disse no início, há muito o que escrever. Milhares e milhares de páginas. E agora elas são jogadas ao vento, na espera de que alguém as encontre e leia. Apenas leia.

Eu poderia continuar a escrever mais. Mas escolho parar por aqui. Vou parar para reparar em várias coisas dessas vida. E, quem sabe, ter mais coisas a escrever.

Um comentário:

Amanda disse...

Tantas coisas também teria o que comentar...também sou fascinada pelo mar, fico pensando em conseguir não pensar em nada quando estou olhando pra ele, mas um turbilhão de coisas passam pela minha mente, em um fluxo que nem eu mesma sei descrever..tudo culpa do mar!
Quanto as nuvens, ainda me pego observando os formatos, os bichinhos, os significados...é uma forma de achar que não estou pensando, mas estou.
Que saudade de pensar em não pensar olhando pro mar.

Que bom ler esse texto.