quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ninguém nasce sabendo

Ufa! Sinto um alívio imenso e ao mesmo tempo uma certa preocupação que peço a Deus que suma o mais rápido possível. Tudo porque nem sempre sei lidar com a loucura desta vida pós-moderna. E quem sabe?!

Afinal, ninguém nasce sabendo. Aliás, a gente nasce sem roupa e alguns até sem cabelo rs. E também quando morremos, não levamos nada deste mundo. Mas isso é papo para um outro post...

Agora, quero pensar um pouco na frase-título deste post. Quando leio, ela me gera um alívio, pois no mundo em que vivemos somos constante e diariamente pressionados. E acho que as coisas vão ficando pior com o passar do tempo. Afinal, quando a gente é bebê, a gente tá aprendendo a falar, a andar. Quando crianças, a gente também está em processo de aprendizado e as pessoas em geral são bem tolerantes e exclamam: "Tudo bem, é só uma criança, tá aprendendo a viver ainda...".

Mas e quando a gente cresce? E quando a gente passa pela adolescência e depois torna-se jovem, será que ainda não estamos aprendendo também? Acredito que a vida é um processo de aprendizado e sei que todos os dias tenho novas coisas a aprender. No entanto, parece que quando a gente passa dos 18 ou 21 anos, as pessoas acham que a gente já sabe tudo. E o pior: a gente acredita que sabe tudo!

Não, eu não sei tudo. Ninguém sabe tudo, até porque quem sabe tudo é Deus, o Onisciente, Onipresente e Onipotente (nunca esqueço dessas três atribuições divinas aprendidas na classe de juniores da EBD). Por isso, estou disposta a aprender. Gosto muito de um termo que ouvi há poucos meses lá na igreja: espírito ensinável. É simplesmente a capacidade, ou melhor, a disposição em aprender algo. E acho que os jovens de hoje estão perdendo um pouco disso.

Vejo que alguns jovens, e por vezes me coloco entre eles, acham-se sábios demais para aprender. Não aceitam conselhos, querem fazer as coisas por conta própria sem ao menos ouvir a opinião dos outros. Isso pode ser perigoso e mostra orgulho. Por outro lado, vejo que algumas pessoas mais velhas não se dispõem a ensinar os mais jovens. Cito alguns motivos para isso:
(1) Medo - de ver o outro aprender e, de alguma forma, superá-lo;
(2) Falta de paciência - ensinar pode não ser fácil, mas traz muitos benefícios, até mesmo para quem está ensinando.

Tudo isso mostra o quanto a sociedade tem sido egoísta. E sobre isso, tenho algo a dizer: os egoístas, amantes de si mesmo, acham que vão ficar sempre bem quando rejeitam a ajuda dos outros e até pisam naqueles que lhe parecem inferior. No entanto, ninguém consegue ficar sozinho e, no belo dia em que o egoísta cair, fracassar, sentir medo, quem irá ajudá-lo? Quem irá confortá-lo?

Ao mais jovem: O que custa aprender? O que custa perguntar algo, por mais bobo que possa parecer a outra pessoa? O que custa mostrar que só está comecando a vida?

Ao mais velho: O que custa ensinar? O que custa responder uma pergunta, por mais boba que possa parecer? Afinal, o mais velho já foi o mais jovem um dia, certo?

Confesso que eu, como mais jovem na maioria das situações e como mais velha em outras, tenho tido muitos desafios em ter um espírito ensinável e estar disposta a ensinar outros para vê-los crescerem. Mas quando penso que não trouxe nada para este mundo e não levarei nada dele quando estiver na glória celestial ao lado do meu Pai, percebo que posso deixar algo bom aqui. Não alguma coisa material, que a traça corrói e os ladrões roubam. Mas algo que possa ser passado de geração em geração. O conhecimento. E o melhor conhecimento que tenho e que devo compartilhar é o conhecimento de Deus.

7 comentários:

Kiko Pereira disse...

xcelente texto, Lidi! O interessante da diferença do aprendizado quando somos crianças e quando crescemos é que o aprendizado na idade infantil é objetivo, prático e técnico em sua essência. Por isso a "falta" de cobrança. Quando a idade adulta chega, o aprendizado ocorre em questões mais subjetivas e que exigem mais. Obiviamente que as lições extraídas dessas experiências subjetivas são também mais substanciais.

Acho que falei algo, não? Hehehehe!!!

Lidiane Ferreira disse...

Obrigada, Kiko!
Você falou uma coisa muito interessante: o aprendizado infantil é objetivo enquanto o adulto é subjetivo. E as questões subjetivas são sempre mais difíceis. Muito legal sua observação.
Beijos!

Anônimo disse...

ninguem nasce sabendo
ufa que alivio
!!!
adoro voce lidi
adoro a forma como voce escreve
é tao fofinha
:)

bjos linda!

Lidiane Ferreira disse...

Rsrsrsrs
Obrigada, Mai!
Amo você!
Beijo!

Nehemis disse...

Não é fácil pedir ajuda de pessoas mais velhas, por sermos de gerações diferentes costumamos a ignorar alguns conselhos ou informações por julgarmos estarem ultrapassadas. Porém pelo que tenho observado e aprendido, algumas vezes quebrando a cara, é que as situações podem ser diferentes ou até mais complexas, porém o principio para evitá-las ou resolve-las são sempre os mesmos!!

Perguntar não dói!

Parabéns pelo texto!!

Lidiane Ferreira disse...

Pois é, Nehemis! Você tocou em um ponto muito importante: por sermos de gerações diferentes, achamos que as pessoas mais velhas não entendem nossa situação. Mas, de fato, o princípio para evitar ou resolver situações complexas é normalmente o mesmo.
O problema é que hoje em dia tem-se criado a cultura de que podemos aprender sozinhos, por conta própria, além de una outra cultura de tornar coisas rapidamente obsoletas (vide avanços tecnológicos. Contudo, conselho bom nunca se perde no tempo. Valeu pelo comentário!

Unknown disse...

“Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.7).
Amo esses textos...é assim que Deus faz...
Paty Bernardes