quinta-feira, 22 de julho de 2010

Os manuscritos

Há algumas semanas atrás, achei uma série de manuscritos de minha autoria. Eram as primeiras páginas do livro que eu pretendia escrever quando eu tinha por volta dos 13, 14 anos. Naquela época, eu era ainda mais fã da série Vagalume e também de paradidáticos adolescentes, com histórias que corriam das aventuras mais impressionantes às questões mais "caseiras".

Naquela época, eu queria escrever minha própria história sobre adolescentes. Eu já havia assistido a vários filmes e programas de televisão (inclua na lista filmes teens dos anos 80 e séries brazucas como Confissões de Adolescentes e Malhação). No entanto, sempre achava que faltava algo às histórias, algo que eu certamente daria e que deixaria os roteiros muito melhores.

Lápis e papel em mãos, eu tinha milhões de ideias. E esse era o principal problema. Por conta da quantidade absurda de ideias que eu tinha para a história (daria para contar umas cem histórias diferentes rs), eu nunca conseguia me concentrar para continuar algo. Começava a escrever, mas pouco tempo depois mudava de ideia e começava tudo outra vez.... Várias vezes.

Já pensei em fazer uma história sobre três amigas. Depois o número aumentou para quatro. Depois foram quatro amigos: duas meninas e dois meninos. E parece que esse último rendeu, pois foi o que eu mais me empolguei. Cheguei a desenhar o rosto dos personagens (não sou muito boa em desenho, por isso decalcava desenhos de livros que eu tinha) e a história foi tomando forma.

Nessa época, eu meio que imitava um ideia muito legal de uma amiga de minha irmã no colégio. Ela tinha um caderno e criava várias histórias adolescentes. E colava fotos de modelos que apareciam nas revistas Capricho e Atrevida. Também cheguei a recortar várias fotos, até de gente famosa, atores e atrizes, cantores etc. Mas nunca cheguei de fato a colar nada no caderno. Guardei as fotos até pouco tempo atrás, quando finalmente resolvi fazer uma faxina geral e eliminar aquilo que eu sabia que não ia mais precisar. Pelo menos os recortes me ajudaram a pensar um pouco mais nos personagens.

Até os 15 anos, as histórias estavam vivas na minha mente e até ganharam espaço nas folhas de caderno. Mas o tempo foi passando, e como eu nunca chegava a continuar os textos, a coisa foi ficando cada vez mais para trás. Até que se tornou uma vaga lembrança, recordada quando encontrei, depois de tantos anos, os manuscritos. Guardei-os, afinal de contas, eles podem servir, quem sabe, para uma ideia futura. Ou mesmo para a ideia que novamente me incomoda de escrever um livro. Acho que a história será bem diferente, mais madura e voltada agora para minha fé, que tem sido algo essencial para mim. Mas acho que posso aproveitar os personagens.

Talvez eu tome coragem e coloque trechos dos manunscritos. Seria um privilégio para vocês, leitores, já que nunca os mostrei para ninguém. Aliás, já é um privilégio para vocês ler este texto, pois estou revelando um segredo.

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