quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Nas mãos do oleiro

Talvez antes eu achasse que estava, mas não estava. Mas agora posso dizer com propriedade: Estou nas mãos do oleiro!

Sim, eu, esse vaso de barro, estou nas mãos do Senhor, nas mãos do oleiro, que me criou e que agora está me aperfeiçoando.

Dói, dói muito. Sinto dor o tempo todo. Não é dor física, afinal ele não está "quebrando meu corpo", mas sim o meu espírito, o meu ser, aquilo que é eterno. Posso sentir, a cada dia, uma nova transformação. Mas não é fácil, tudo é muito doloroso mesmo.

Doloroso porque aquilo que era ruim está sendo extraído, arrancado fora. Meu orgulho. Minha autosuficiência. Meu medo. Minha timidez. Minha apatia. E tantas outras coisas que, violentamente ou não, vão sendo arrancadas de mim nas intempéries do dia-a-dia.

Nas diferentes situações, nos mais variados lugares, com as diversas pessoas que passam ou passaram por minha vida, sinto o trabalhar do oleiro... quebrando, molhando, moldando, assando, até ter um vaso novo e útil para a sua boa obra.

Eu não queria que fosse assim e nem imaginaria que fosse desse jeito. Mas como a criatura pode questionar alguma coisa ao seu Criador? Se sei que é necessário, se sei que é para o melhor, então o certo é esperar e aceitar cada coisa que acontece, por mais difícil que seja. Afinal, quero ser um lindo e útil vaso que orgulhe seu oleiro.

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