Olá! Tô até com vergonha de começar a escrever, porque num post anterior eu disse que não ia abandonar o blog e olha eu aqui em fevereiro de 2015 - uns quatro meses depois da minha última postagem. Mas, enfim, eu voltei!
Antes de começar a tratar do tema deste post, eu gostaria de falar o motivo pelo meu afastamento. Bem, eu poderia dar vários motivos, como falta de tempo, priorização de outras atividades e tal, mas isso só seriam desculpas e não iriam refletir a grande verdade que é: eu me preocupo demais com o que eu publico!
Eu me sinto eternamente responsável por aquilo que publico, parafraseando Saint Exupéry. E sou mesmo. Antes, logo no início, eu tratava o meu blog apenas como um diário pessoal. Sim, eu tinha um diário na adolescência (até hoje os guardo, pra falar a real), mas aqui o negócio é bem diferente, porque pessoas que eu nunca imaginei que poderia conhecer têm acesso aos meus textos e pensamentos. Algumas pessoas que estão subscritas no meu blog, por exemplo, nunca vi e nunca conversei na vida.
Isso é bastante legal e, ao mesmo tempo, assustador, porque a gente tem que dosar bem o que escreve. Textos pessoais acabam mostrando demais quem você é e não quero me expor totalmente. Essa preocupação se explica pela idade: à medida que você vai... à medida que os anos passam (eu não me chamo de velha, tá? rsrs), você vai amadurecendo e passar a não cometer antigos erros - ou até comete, mas enfim, espera-se que o amadurecimento de leve à sensatez.
O mais legal é que esse senso de responsabilidade faz com que meu blog tenha utilidade pública. Isso porque, antes, ele servia para mim, até mesmo como um desabafo, das coisas que eu estava enfrentando naquele momento. Recentemente, e isso ocorre com alguma frequência, amigos me pedem para retomar o blog, dizendo que se identificam comigo e com minhas divagações. É bom ter esse lugar no mundo.
Pois bem, depois de cinco parágrafos, você deve estar pensando: quando é que ela finalmente vai entrar no tema do título, conforme prometeu lá em cima? Me desculpe, mas querendo ou não, já entrei. A minha mudança de percepção me fez pensar o modo como escrevo no meu blog.
Aliás, de todas as coisas que mudei nesses anos de vida - e olha que foram muitas, de certa forma - a maior que considero foi a minha mudança de percepção. De repente, me senti como se meus olhos estivessem abertos e eu enxergasse as pessoas de outra forma. O fato de eu ter lido um livro como O Corpo Fala me fez enxergar as ações e reações dos outros de forma diferente. Agora, lendo Aprendi com Jane Austen, o autor me leva a observar o quanto essa autora explora as nuances da vida através das personagens e fala sobre temas como "amadurecer" em Orgulho e Preconceito ou "aprender a aprender" em A Abadia de Northanger (que eu ainda não li, mas já vi a minissérie da BBC).
No fim das contas, o tempo não pode fazer nada por você, ao menos que você queira usá-lo a seu favor, para que busque a sabedoria. A minha mudança de percepção é ótima para eu saber como lidar com as pessoas, mas ela não pode me impedir de fazer aquilo que eu gosto de fazer e no qual posso ser útil para as outras pessoas: escrever.
Só não vou voltar à experiência de escrever pelo celular, pois me foi enfadonha das vezes que eu o fiz. Mas escreveria no teclado e as minhas ideias rapidamente passaram pela tela. E, se eu quiser, posso apagar tudo e escrever novamente, já o fiz várias vezes. É assim que a gente vai transmitindo um pouco de nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário