quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Vingança!

"Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor." Romanos 12:19

Vingança! Ô palavrinha dura essa, né? Ela, infelizmente, está no nosso dia-a-dia. Às vezes fazemos alguma coisa errada que acaba prejudicando alguém. Aí, esse alguém resolve dar o troco em nós. E o que era apenas uma coisa "sem querer" (e tire o "sem querer querendo" de sua mente, ok?), acaba virando uma bola de neve, um círculo vicioso que só leva a uma coisa: destruição.

Um dos melhores filmes que já assisti nesses poucos anos de vida é baseado na obra de Alexandre Dumas (ainda não li, até então... alguém quer me dar de presente o livo?): O Conde de Monte Cristo. Cheguei até a ver a versão anime, muito estranha por sinal... A história central gira em torno desta palavra que me dá arrepios: Vingança. De um lado, Edmond Dantès, marinheiro ingênuo que se vê injustiçado por três pessoas: o juiz de Villefort, o seu amigo, Danglars e seu melhor amigo e primo Fernand Mondego.

Dantès vê-se na prisão. No Castelo de If, solidão, chicotadas, desespero... e ele grita perguntando "Qual foi meu crime?".

 "Deus me dará a justiça", mas Dantès preferiu 
fazê-la com as próprias mãos

Após escapar da prisão, percebe que perdeu o que tinha. E o desejo de vingança cresce ainda mais. Torna-se O Conde de Monte Cristo, sua face vingativa. Ele achega-se aos poucos àqueles que tanto o prejudicaram no passado. E, um a um, vai atacando-os. Sutilmente e, depois, declaradamente. Até que cada peça seja devidamente, a seu modo, colocada no lugar.

Tantas outras histórias basearam-se nessa! Quem não lembra da protagonista da novela Chocolate com Pimenta? Aninha também volta a cidade, rica e bem sucedida, tentando se vingar daqueles que a maltrataram anos antes. Ou aquele filme O Justiceiro, baseado nas HQ's? Ou outro dos quadrinhos, o V de Vingança, que também virou filme?

Cada um desses personagens da ficção e até mesmo pessoas da vida real desejam que seus algozes sofram na mesma medida ou ainda pior do que sofreram. Mas que fim leva isso tudo? Mais ódio. Mais destruição. Mais círculo vicioso.

Quem somos nós para aplicarmos justiça? Somos injustos. Mas Deus é justo. e em Sua palavra ele diz: "Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem." Romanos 12.21.

Temos todos os motivos do mundo (só se for do mundo mesmo!) para nos vingar de quem nos faz mal. Mas que tal fazer diferente e demonstrar o mesmo amor com que o Pai nos ama? Eu poderia muito bem me vingar de cada pessoa que, em um momento ou outro, me fez algum tipo de mal. Mas prefiro perdoar, apagar da mente, prosseguir com a vida. Sabendo que cada um dará conta de si. Inclusive eu.

3 comentários:

Anônimo disse...

concordo que o anime é muito estranho
:P
mas o filme é belissimo
lidi saudades!

Jehiel Casaes disse...

"A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena" Seu Madruga.

A plenitude da vingança é um interessante ponto para se refletir. Creio que a vingança pode ser plena sim, entretanto, sendo plena, jamais poderia ser justa. Porque o impacto real da ação que gera o desejo de vingança s´opode ser conhecido pelo próprio ofendido. O desejo de vingança não se satisfaz em plenitude segundo a Lei de Talião, pois os efeitos de uma ação só é conhecida pelo ofendido. Se um homem arrancar o dedo de outrem, segundo a lei do "olho por olho, dente por dente", seu dedo também deveria ser arrancado e o ofendio já estaria vingado. Mas se o ofendido fosse um incomparável violonista que dedicou sua vida inteira à música e não puder mais tocar com a perfeição de outrora pelo fato de não ter mais um de seus dedos, a vingança alcança uma outra complexidade de motivações. Não é só um dedo a menos, é a perda de uma fonte essencial para a satisfação dele. O músico realmente gostaria de ver seu ofensor perder tão somente um dedo? Não! Ele promoveria toda sorte de desgraças sobre a vida de quem lhe tirou o grande prazer de tocar. Ou não, poderia também ser superior a isso e se livrar do desejo de vingança, elevando o espírito.

Lidiane Ferreira disse...

Mai, o filme é belíssimo mesmo, um dos meus favoritos!

Jê, sua reflexão sobre a vingança foi tão profunda que demorei um certo tempo e ainda reflito sobre suas sábias palavras =)