terça-feira, 18 de maio de 2010

Pessoas fazem acepção de pessoas, Deus não

Sabe quando você acorda com uma ideia na cabeça e quer logo escrever para não esquecer nenhum detalhe? Foi o que aconteceu hoje: acordei com uma ideia para post no blog e queria logo colocar no papel - ou na tela do computador - tudo o que eu havia pensado. O post estava completamente arquitetado na minha mente, ele já era real para mim, faltava agora torná-lo real para os outros, todos aqueles que podem ter acesso a este espaço.

Pois bem, a frase que entitula o post mostra a realidade. E ao mesmo tempo me traz inquietação. Se somos feitos à imagem e semelhança de Deus, por que cada vez menos nos parecemos com Ele?

Deus não faz acepção de pessoas. Você pode ver essa verdade em Romanos 2.11. Acepção significa escolha ou preferência, segundo o dicionário Priberam. Vivemos em uma sociedade que prega a "liberdade" de fazer escolhas. Mas será que podemos escolher pessoas em todos os âmbitos?

Percebo que a acepção que pessoas fazem sobre outras mostra um pré-conceito que, na maioria das vezes, não condiz com a realidade. É o tal de "o santo de fulano não bate com o santo de cicrano", como se isso fizesse algum sentido. O fato é que olhamos muitas vezes a superfície e deixamos de conhecer pessoas maravilhosas pelo simples fato de olharmos com preconceito, seja ele qual for.

Na época da escola, eu às vezes caía no erro de julgar as pessoas pelo que aparentavam ser. Certa feita, no segundo grau (hoje Ensino Médio), achei que uma menina que estudava na mesma sala que eu era chata, metida e arrogante. O tempo foi passando e fui percebendo que ela era bem legal. Não nos tornamos grandes amigas, mas éramos de certa forma próximas e eu a ajudava de vez em quando em algumas matérias.

Um dia, ela escreveu um bilhetinho pra mim, como fazia com seus outros amigos. No bilhete, ela escreveu que gostava muito de mim e me admirava muito. Como curto palavras de afirmação, fiquei logo feliz e empolgada e agradeci. Ela, então, me revelou o que até então parecia improvável: ela me disse que me achava chata e metida, mas que depois de me conhecer, percebeu que eu era muito legal. Eu, mostrando toda minha sinceridade, disse que achava a mesma coisa dela, mas ao conhecê-la, percebi que ela é uma pessoa gente fina. Nos abraçamos e rimos. Parei e pensei naquilo por uns instantes.

Eu poderia ter deixado de conhecer uma pessoa incrível se continuasse com aquele pensamento mesquinho. E, desde então, tento não criar conceitos prévios acerca de pessoas sem conhecê-las de fato. É como coloquei na frase do orkut: "Livre-se de paradigmas, pois pessoas/coisas podem te surpreender". Isso porque já aconteceu o contrário: achava uma pessoa ótima e descobri que era falsa ou então ela fez algo que me magoou. Mas é isso aí, ninguém é perfeito mesmo, errado é nao se arriscar.

Termino com um conselho: observe as pessoas ao seu redor, não criando expectativos ou fazendo pré-julgamentos, mas como potenciais amizades. Você não tem nada perder ao cumprimentá-las ou iniciar uma conversa. Pelo contrário.

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