sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Feminista? Feminina?

Às vezes, tenho impressão de que pareço uma feminista. Faço questão de defender a bandeira de que mulheres são inteligentes. Bem, pelo menos algumas. Detesto comentários machistas e generalistas acerca do sexo feminino.

Detesto também quando, por conta de algumas mulheres, somos reduzidas a corpos bonitos, mas sem nenhum conteúdo. Elas exibem-se nas capas de revista, nos sites de internet, nos programas de televisão. E, pelo fato de a exposição delas ser demasiada, eu, que  há tempos atrás nunca fui de me expor nem pra falar em público, acabo sendo vítima de desrespeito por alguns cidadãos que andam por aí.

É cantadinha barata (ok, confesso que dou risada de algumas Cantadas de Pedreiro), olhar indiscreto, sorriso malicioso. Talvez se eu usasse uma espécie de burca, esse problema acabaria... ou talvez fosse ainda pior. O fato é que passaram-se tantos anos neste mundo e a mulher - em amplo contexto, diga-se de passagem - continua sendo desvalorizada.

Parece que o tempo todo precisamos provar nossa capacidade, nossa competência, nossa força. Antes, até me preocupava em provar várias coisas a várias pessoas. Hoje, essa preocupação é quase mínima.

Sendo solteira, o contexto só piora. Será que sou uma pessoa melhor apenas se tiver outra pessoa ao meu lado? Não posso ser valorizada apenas por ser apenas... eu? Não que eu não queira ter ninguém ao meu lado. Eu quero, ora bolas! Mas não quero que o meu valor fique restrito a quem me acompanha.

E por que não ser inteligente? Por que não cultivar papos intelectuais, mostrar conhecimento - com humildade suficiente para reconhecer que não sei de tudo, ok? - e também elevar os níveis de conversa, não porque quero ser a supra-sumo do conhecimento, mas apenas porque gosto de analisar coisas em sua profundidade e nem sempre tô afim de ficar na superfície.

Alguns momentos, sinto-me como Catarina, aquela de A Megera Domada, uma de minhas obras favoritas de Shakespeare (apesar de eu não ter lido todas ainda). Uma mulher à frente de seu tempo. Assim como tantas outras também.

Não sou feminista. Não quero ser melhor ou igual aos homens - cada um é diferente, né? Mas quero ver mulheres realmente valorizadas. E quero que elas também se dêem ao respeito!

4 comentários:

Anônimo disse...

Apoiado Lidi!
a gente tem cabeça e nao apenas corpo!

Patrícia Bernardes Sousa disse...

KKKKKKKKKKK
Ameiiiii
Assino embaixo!!!!
Bjs Lidy

Mari Lee disse...

Você sabe o que é uma feminista?
NÃO é querer ser melhor ou igual aos homens. Nada disso.
Bem, é querer ser igual aos homens EM VALOR. Ter direitos iguais. Não ser obrigada a exercer determinados papéis, só por ser mulher.

Baseado no que você escreveu, parece que feminista é exatamente o que você é! E eu sou, também.

Lidiane Ferreira disse...

Olá, Mari Lee. Obrigada por comentar no meu blog!

Olha, entendo sua definição de feminista, mas não concordo. Não diante do que vejo por aí: mulheres que querem sser como os homens.

Pra você ter uma ideia, infelizmente, após a "revolução sexual" dos anos 60-70, a mulher garantiu vários direitos, mas também agora ter uma carga muito maior - trabalho + afazeres da casa. Fizeram tanta questão de ser como eles, que os homens não nos vê mais como aliadas, mas como concorrentes - meercado de trabalho e até em um ônibus lotado, por exemplo.

Talvez o meu conceito de feminismo esteja equivocado, mas a realidade me diz muito mais do que um simples verbete no dicionário.